A recente soltura do caminhoneiro Victor Gabriel Alves, flagrado com 823 quilos de cocaína, revela mais uma vez a fragilidade do sistema judiciário brasileiro. O caso, ocorrido em São Paulo, causou revolta entre autoridades, como o Secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite, que classificou a liberação como "inadmissível". O motorista, que confessou estar transportando a droga, foi inicialmente solto após uma audiência de custódia, embora estivesse envolvido no transporte de uma carga avaliada em R$ 50 milhões. A justificativa foi a ausência de antecedentes criminais, algo que expõe brechas nas decisões judiciais para casos tão graves.
O problema aqui vai além de uma simples questão de liberdade provisória. A soltura de criminosos envolvidos em grandes operações de tráfico de drogas demonstra uma falha na capacidade da Justiça de garantir a segurança pública. Ao permitir que infratores retornem às ruas, mesmo diante de provas contundentes, o sistema judicial transmite uma sensação de impunidade que desestimula o trabalho das forças de segurança e alimenta a confiança dos criminosos de que podem atuar livremente.
Casos como esse enfraquecem a credibilidade da Justiça, tornando-a vulnerável a críticas e ampliando o sentimento de insegurança na sociedade. O próprio desembargador responsável pela reversão da soltura argumentou que a gravidade do crime exige uma postura mais firme, para impedir tanto a fuga quanto a continuidade das atividades ilícitas. A reincidência desses episódios aponta para a necessidade urgente de uma revisão nos critérios de liberação em audiências de custódia, especialmente em crimes ligados ao tráfico de drogas e organizações criminosas.
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