Fraude e impunidade: ex-prefeito de Carpina escapa de devolver R$ 3,2 milhões após prescrição do processo

O ex-prefeito de Carpina, Carlos Vicente de Arruda Silva, mais conhecido como Carlinhos do Moinho (PSB), teve suas contas referentes ao exercício financeiro de 2014 julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), em sessão realizada na última terça-feira (23). Mesmo com um prejuízo de R$ 3,2 milhões identificado pela auditoria, nenhum valor será ressarcido aos cofres públicos devido à prescrição do processo.

As investigações apontaram indícios graves de irregularidades, incluindo fraudes em processos licitatórios e despesas sem interesse público, como o pagamento de juros e multas resultantes de atrasos injustificados. A então gestora do Fundo Municipal de Saúde, Alberice Maria Mendes, também teve as contas reprovadas no mesmo julgamento.

O relatório técnico do TCE revelou um crescimento expressivo de empresas recém-criadas em Carpina com o único propósito de disputar licitações. Essas empresas apresentavam características suspeitas: não tinham funcionários registrados, estavam constantemente fechadas ou funcionavam em residências. Apesar disso, começaram vencendo licitações logo no início de suas atividades.

O Ministério Público de Contas (MPCO) foi enfático em sua análise, afirmando que existia "um verdadeiro estado de ilegalidade" nas contratações realizadas pela gestão municipal. Segundo o MPCO, pelo menos 18 empresas participaram de processos licitatórios fraudados e direcionados desde o início do mandato de Carlinhos do Moinho, em 2013.

Mesmo diante das evidências, a demora no trâmite do processo acabou beneficiando os envolvidos, que não terão a obrigação de devolver os valores desviados.

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