O Ministério Público Eleitoral (MPEL) apresentou, no último dia 4 de dezembro, uma ação contra a prefeita eleita de Carpina, Eduarda Gouveia (Podemos), e seu vice, Dedé Lanches (PRD), por suspeitas de compra de votos durante as eleições municipais. A denúncia, protocolada pelo promotor Guilherme Graciliano, traz relatos de eleitores que alegam terem recebido dinheiro, benefícios e materiais em troca de votos, além de outros casos de suposto abuso de poder econômico.
Relatos de Compra de Votos
De acordo com a denúncia, uma moradora do loteamento Santa Rosa afirmou ter vendido seu voto por R$ 300,00 a pessoas ligadas à coligação “Carpina Pode Mais”. Já outra residente do loteamento Três Marias relatou ter recebido dois sacos de cimento como pagamento, os quais foram entregues por indivíduos vestidos com camisas roxas, associadas à campanha de Eduarda Gouveia.
Outro episódio envolve uma cirurgia ocular de aproximadamente R$ 7 mil, que, segundo uma mulher, foi realizada graças à intermediação da prefeita eleita. Em um áudio que circula nas redes sociais, a eleitora agradeceu publicamente a Eduarda pelo procedimento, o que também foi incluído na denúncia como indício de favorecimento político.
Além disso, um morador do loteamento Carneiro Leão relatou ter presenciado, na véspera da eleição, cerca de 200 pessoas negociando votos por valores entre R$ 200 e R$ 400, supostamente a mando do grupo de Gouveia. Por fim, outra testemunha do loteamento Três Marias alegou que pessoas usando camisas com as cores da campanha de Eduarda estavam retirando bandeiras do partido adversário em troca de dinheiro, comportamento também investigado como prática irregular.
Pedido do Ministério Público
Com base nesses relatos, o Ministério Público Eleitoral solicitou à Justiça a cassação do registro de candidatura ou diploma da prefeita eleita e do vice-prefeito, aplicação de multa e a declaração de inelegibilidade de ambos por abuso de poder econômico.
Na última quinta-feira (12), o juiz eleitoral André Rafael de Paula Batista Elihimas recebeu a inicial e estabeleceu um prazo de cinco dias para que a defesa de Eduarda Gouveia e Dedé Lanches seja apresentada.
A ação segue tramitando, e o caso poderá impactar significativamente o cenário político de Carpina.
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